Estranho...

E se as edições de hoje dos desportivos "A Bola", "O Jogo" ou "Record", tivessem uma capa semelhante a esta?
Antes da nona grande penalidade, concretizada por Ricardo, Baía arremessou a bola contra a face do guardião sportinguista e chegou mesmo a insultar o 76 do Sporting! Isto sim, é dor de cotovelo e das grandes! Não seria demais lembrar ao 99 do Porto que Ricardo foi titular em todos os jogos na fase de qualificação que levou Portugal ao Mundial de 2002. Num jogo contra a China, durante o estágio em Macau antes da partida para a Coreia, Baía assumiu a titularidade na selecção para nunca mais a largar, algo que se compreende já que Oliveira era o seleccionador. Sobre a prestação da selecção nacional nesse Mundial da Coreia e Japão nem vale a pena falar, mas será necessário lembrar que na única competição internacional em que Ricardo foi titular, chegámos a final e o 79 do Sporting até foi absolutamente decisivo no mata-mata contra a Inglaterra!
"E o Zé Diogo queria aproveitar para dizer que isto aqui... que isto aqui é uma data de ladrões, uma data de gatunos e... senhor Olegário Benquerença: uma data de chupistas..."
Acredito piamente que, dentro da redacção de desporto da RTP-Porto, exista o departamento "Manifestações de Apoio a Vítor Baía em Tempos Difíceis". Acredito porque, de cada vez que o senhor dá um frango e sai da equipa, lá vai um repórter da fiel RTP-Porto entrevistar o primeiro treinador de Vítor Baía, o pai do guarda-redes e treinadores-adjuntos que trabalharam com ele. Invariavelmente, estes lançam lugares comuns como: "o Vítor é um profissional com P grande", "ele vai superar este momento difícil" ou "o 99 do Porto ainda tem muitos anos de futebol pela frente". Nem sei como é que o "Prós e Contras" ainda não fez um especial sobre o guarda-redes do F. C. Porto ou como o Professor Marcelo não é convidado a comentar este assunto de uma importância nacional tão relevante!
A imprensa inglesa, perita em dar tiros nos seus próprios pés, considerou uma emboscada feita a Eriksson como um furo jornalístico e agora o seleccionador inglês está em causa por ter manifestado o seu desejo de abandonar a Inglaterra após o Mundial. As boas notícias é que Scolari nem precisou de ser apanhado numa emboscada da imprensa inglesa para afirmar que, após o Mundial, veria com bons olhos treinar a selecção inglesa. A menos de seis meses do início de uma prova em que Portugal tem ambições legítimas, Scolari não pode fazer afirmações destas por razões óbvias. Aviso ao senhor seleccionador nacional: em Inglaterra, Eriksson assiste, ao vivo, a um jogo da Premier League por semana. É que isto de ganhar 150 mil euros por mês e só trabalhar de três em três meses, acarreta algumas responsabilidades...